Na última segunda-feira, 05/08/2024, foi lançado o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), mapa pioneiro no retrato completo de inovação e desenvolvimento, nas 27 unidades da federação e 5 regiões do país.
Com o intuito de fornecer um indicador oficial, considerando especificidades inerentes à cada região, a análise segmentada do IBID retrata ecossistemas locais de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), a partir de seu escopo de análise regional, aponta os líderes regionais e estaduais da área.
Importantes indicadores do crescimento inovador e tecnológico do país podem ser aferidos nesse estudo. Constata-se que a análise em nível regional permite um retrato mais amplo da inovação, a partir de um diagnóstico mais assertivo que engloba as diferentes especificidades, entre dificuldades e potenciais, de cada estado e região.
Desempenho regional por pilar de inovação - ÍNDICE BRASIL DE INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO – 2024 - Pág 33
Para alcançar tais entendimentos, a inovação é considerada pela Lei da Inovação, Lei 10.973/04, em seu inciso IV, art. 2º, como “a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo e social que resulte em novos produtos, serviços ou processos ou que compreenda a agregação de novas funcionalidades ou características a produto, serviço ou processo já existente que possa resultar em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou desempenho”.
Também considerada como uma das metas do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS 9), ‘construir infra estruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação’ constatam o papel da inovação como grande impulsionador do desenvolvimento econômico e do bem-estar humano (https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/9).
Para mensurar este Índice, a inovação pressupõe a colaboração e a prosperidade social, posicionando de forma conjunta ambos os indicadores sociais econômicos. Desse modo, o IBID reflete o alinhamento do INPI, aos interesses progressistas da Propriedade Industrial nacional e mundial.
Delineando o cenário internacional, o Brasil é o 49ª colocado no ranking global de inovação. Em 2023, são 5 posições acima em relação a 2022, 17 na comparação com 2019. Esse cenário indica a liderança regional do Brasil na América do Sul e América Central.
O ranking é elaborado anualmente pelo Global Innovation Index (GII), que dá nome à metodologia empregada na pesquisa. O GII é indicador sintético de referência em termos mundiais, padronizando critérios, conhecidos como pilares, ou seja, fatores sociais concebidos como propulsores do desempenho da inovação local.
Rodrigo Ventura, economista chefe do INPI, apresenta a metodologia do IBID que, idêntica ao GII, considera 7 critérios/pilares de avaliação, subdivididos em dois grupos.
O primeiro pilar, “CONTEXTO”, inclui os fatores que colaboram para o desenvolvimento da inovação do local, incluindo 1. Instituições; 2. Capital humano; 3. Infraestrutura; 4. Economia; 5. Negócio.
O segundo pilar, “RESULTADO”, reflete os efeitos do investimento da inovação e desenvolvimento tecnológico local, incluindo 6. Conhecimento e tecnologia e 7. Economia criativa.
Estrutura de classificação do IBID - ÍNDICE BRASIL DE INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO – 2024 - Pág. 6
Consideramos como essenciais para interpretação do IBID as seguintes considerações:
→ Foram consideradas as economias mais inovadoras do Brasil: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. (São Paulo alavancou com o dobro da média do segundo colocado, Santa Catarina).
→ Foram considerados líderes regionais: São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Rio Grande do Norte e Tocantins.
→ Obtiveram as melhores pontuações em indicações de inovação específicas: São Paulo, Distrito Federal, Paraná e Ceará.
→ À exceção do estado de Alagoas, as economias do Nordeste apresentam desempenho em inovação acima do esperado em relação ao seu nível de renda.
→ São Paulo é líder em todos os 7 pilares da inovação. Paraná está entre os 5 primeiros em todos os pilares, e Santa Catarina figura entre os 5 primeiros também em todos os pilares, a não ser por sua 7ª colocação no critério Capital Humano.
Desmembrando a classificação por eixo temático, os resultados foram os seguintes:
Instituições - a estabilidade e presença de segurança jurídica, qualidade fiscal e boa governança contida nas organizações, privadas ou públicas do local. São Paulo encontra-se na primeira posição, seguido de Santa Catarina (2°) e Minas Gerais (3°);
Capital humano - refere-se ao acesso à educação de qualidade (nível básico e superior) e à dimensão de P&D, Produto e Desenvolvimento no local. São Paulo lidera, seguido de Rio de Janeiro (2º) e Distrito Federal (3º). Paraná está na 4ª posição;
Infraestrutura - indica a qualidade em comunicação, transportes e energia local. Indica prognósticos de Tecnologias da informação e comunicação (TICs)’, ‘Infraestrutura geral’ e ‘Sustentabilidade’. São Paulo permanece em primeira posição, seguido por Distrito Federal (2) e Santa Catarina (3);
Economia - mede a disponibilidade de crédito e a prosperidade econômica, a partir dos indicadores de ‘Crédito’, ‘Investimento’ e ‘Indústria, comércio e serviços’. São Paulo possui a maior pontuação, seguido por Rio Grande do Norte (2°) e Paraná (3°);
Negócios - avalia a sofisticação dos negócios e a tendência das empresas a voltarem-se para inovação., incluindo a presença de profissionais e técnicos altamente qualificados no mercado. São Paulo possui melhor desempenho, seguido por Rio Grande do Sul (2°) e Distrito Federal (3°). Paraná encontra-se na 4ª posição;
Conhecimento e tecnologia - engloba a criação, impacto e difusão do conhecimento na comunidade, medindo os frutos das invenções e inovações. Nesse pilar, os dados relacionados aos depósitos de patentes e modelos de utilidades são aferidos. São Paulo registra a maior pontuação, seguido por Rio Grande do Sul (2°) e Santa Catarina (3°). Paraná encontra-se em 5°
Economia criativa- indica a criatividade para inovação. Avalia indicadores de marca, desenhos industriais como artigos intangíveis e a criatividade online na oferta de bens e serviços criativos. São Paulo permanece com a maior pontuação, seguido por Rio de Janeiro (2°) e Santa Catarina (3°). O Paraná fica na 4ª posição.
Nesse esteio, a classificação individual dos estados aponta a incompatibilidade da análise isolada da média nacional. Isso porque a assimetria da posição de cada unidade da federação aponta a volatilidade do desempenho da inovação em cada estado, identificando, destarte, os diferentes desafios e potencialidades de cada região.
Perfil das UFs mais inovadoras segundo os pilares do IBID- ÍNDICE BRASIL DE INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO – 2024 - Pág. 16
Nesse cenário, mencionando a fala da exma. Diretora da Divisão para América Latina e Caribe do Escritório da OMPI, Beatriz Amorim-Borher, no evento de lançamento do IBID, “levar a PI para todos em todos os lugares do mundo” é a principal função do órgão internacional. Consoante aos mesmos princípios, a missão institucional do INPI de impulsionar a inovação por meio da propriedade industrial agradecidamente condiz com o lançamento do Índice Brasileiro De Inovação e Desenvolvimento, criando uma fonte segura para análise da inovação do país.
O índice deve ser considerado um importantíssimo instrumento para políticas e empresas. A partir da análise de dados estaduais e locais que espelham fielmente os motores do desenvolvimento econômico, os pilares sustentam a construção de projetos, políticas e ações que, como resultados, beneficamente retornam à sociedade.
O Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento pode ser encontrado no site do INPI.
Autores:
Maikon Oliveira
Sócio Coordenador de Área
Núcleo de Propriedade Intelectual
Saiba mais em: https://bit.ly/maikonoliveiraﾠ
Julia Weigert Silveira
Estagiária
Núcleo de Propriedade Intelectual
Saiba mais em: https://bit.ly/juliasilveira
INPI launches Brazil Innovation and Development Index
Last Monday, 08/05/2024, the Brazilian Innovation Index (IBID) was launched, a pioneer mapping of the complete picture of innovation and development in the 27 Federation Units and 5 regions of the country.
In order to provide an official indicator, considering specificities inherent to each region, the IBID segmented analysis portrays local science, technology and innovation (ST&I) ecosystems, based on its regional scope of analysis, pointing out regional and state leaders in the area.
Important indicators of the country's innovative and technological growth can be measured in this study. Noting that the analysis at the regional level allows a broader picture of innovation, a more assertive diagnosis can be measure encompassing the different specificities, between difficulties and potentials, of each state and region.
Regional performance by innovation pillar - BRAZIL INNOVATION AND DEVELOPMENT INDEX - 2024 - Page 33
To achieve such understandings, innovation is considered under the Innovation Law, Law 10.973/04, in its item IV, article 2, as "the introduction of novelty or improvement in the productive and social environment that results in new products, services or processes or that includes the addition of new functionalities or characteristics to an existing product, service or process that may result in improvements and effective gains in quality or performance".
Also considered as one of the goals of the United Nations Sustainable Development Goals (SDG 9), ‘building resilient infrastructure, promoting inclusive and sustainable industrialization and fostering innovation’ confirm the role of innovation as a major driver of economic development and human well-being (https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/9).
To measure this Index, innovation presupposes collaboration and social prosperity, positioning both social and economic indicators together. In this way, the IBID reflects INPI’s alignment with the progressive interests of national and global Industrial Property.
Outlining the international scenario, Brazil is in 49th place in the global innovation ranking. In 2023, there are 5 positions higher than in 2022, 17 compared to 2019. This scenario indicates Brazil's regional leadership in South and Central America.
The ranking is prepared annually by the Global Innovation Index (GII), which gives its name to the methodology used in the survey. GII is a synthetic indicator of reference in global terms, standardizing criteria, known as pillars, social factors conceived as drivers of the performance of local innovation.
Rodrigo Ventura, chief economist at the INPI, IBID presents the methodology that, equal to GII, considers 7 evaluation pillars, subdivided into two groups.
The first pillar, "CONTEXT", includes the factors that contribute to the development of local innovation, including 1. Institutions; 2. Human capital; 3. Infrastructure; 4. Economy; 5. Business.
The second pillar, "RESULT", reflects the effects of investment in local innovation and technological development, including 6. Knowledge and technology and 7. Creative economy.
It is the scores in these thematic axes that define the classification of states and regions:
IBID CLASSIFICATION STRUCTURE - BRAZIL INNOVATION AND DEVELOPMENT INDEX - 2024 - Page 6
We highlight the following findings of the IBID:
→ The most innovative economies in Brazil were considered: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro and Rio Grande do Sul. (São Paulo leveraged with twice the average of the second place, Santa Catarina).
→ São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Rio Grande do Norte and Tocantins are considered regional leaders.
→ Those obtained the best scores in specific innovation indications: São Paulo, Distrito Federal, Paraná and Ceará.
→ With the exception of the state of Alagoas, the economies of the Northeast have a performance in innovation above expectations in relation to their income level.
→ São Paulo is the leader in all 7 pillars of innovation. Paraná is among the top 5 in all pillars, and Santa Catarina is also among the top 5 in all pillars, except for its 7th place in the Human Capital criteria.
Breaking down the classification by thematic axis, the results were as follows:
Institutions - the stability and presence of legal security, fiscal quality and good governance contained in local organizations, private or public. São Paulo is in the first position, followed by Santa Catarina (2nd) and Minas Gerais (3rd);
Human capital - refers to access to quality education (basic and university level) and the P&D, Product and Development dimension on site. São Paulo leads, followed by Rio de Janeiro (2nd) and the Federal District (3rd). Paraná is in 4th position;
Infrastructure - indicates the quality in communication, transport and local energy. It indicates information and communication technologies (ICT) forecasts', 'General infrastructure' and 'Sustainability'. São Paulo remains in first position, followed by the Federal District (2nd) and Santa Catarina (3rd);
Economy - measures the availability of credit and economic prosperity, based on the indicators of 'Credit', 'Investment' and 'Industry, trade and services'. São Paulo has the highest score, followed by Rio Grande do Norte (2nd) and Paraná (3rd);
Business - evaluates the sophistication of business and the tendency of companies to turn to innovation, including the presence of highly qualified professionals and technicians in the market. São Paulo has the best performance, followed by Rio Grande do Sul (2nd) and the Federal District (3rd). Paraná is in 4th position;
Knowledge and technology – encompass creation, impact and diffusion of knowledge in the community, measuring the results of inventions and innovations. In this pillar, data related to patent filings and utility models are measured. São Paulo registers the highest score, followed by Rio Grande do Sul (2nd) and Santa Catarina (3rd). Paraná is in 5th place
Creative economy - indicates creativity for innovation. It evaluates brand registrations and industrial designs as intangible items, and online creativity in the provision of creative goods and services. São Paulo remains with the highest score, followed by Rio de Janeiro (2nd) and Santa Catarina (3rd). Paraná is in 4th position.
In this regard, the individual classification of states highlights the incompatibility of an isolated analysis of the national average. This is because the asymmetry of the positional assessment of each federation unit points to the volatility of innovation performance in each state, identifying the different challenges and potential of each region.
Profile of the most innovative states according to the pillars of IBID - BRAZILIAN INNOVATION AND DEVELOPMENT INDEX - 2024 - Page 16
In this scenario, mentioning the speech of WIPO Latin America and Caribbean Division Director Beatriz Amorim-Borher, at the IBID launch event, "bringing IP to everyone everywhere in the world" is the main function of the international body. In accordance with the same principles, the INPI’s institutional mission to boost innovation through industrial property is gratefully consistent with the launch of the Brazilian Innovation and Development Index, creating a reliable source for analyzing the country's innovation.
Thus, the index should be considered a very important instrument for policies and companies. Based on the analysis of state and local data that faithfully reflect the engines of economic development, the pillars support the construction of projects, policies and actions that, as results, beneficially return to society.
The Brazilian Innovation and Development Index is available on the INPI website.
Authors:
Maikon Oliveira
Coordinator Partner
Intellectual Property Department
Julia Weigert Silveira
Intern
Intellectual Property Department
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